A escoliose é uma condição que pode ser vista a olho nu e é determinada pela rotação das vértebras. A coluna passa a ter a forma de “S” ou “C”, principalmente na região lombar e torácica. Em casos assintomáticos, em que a alteração não é visualmente perceptível, o paciente só consegue chegar a um diagnóstico quando a doença está mais avançada.
Esse fato faz com que o quadro seja percebido e diagnosticado somente em um estágio mais grave, afetando não só visualmente o corpo do paciente, mas também a qualidade de vida dele e até mesmo o funcionamento de seu organismo como um todo.
Quando a escoliose é considerada grave?
Para definir a gravidade da escoliose, o profissional especialista deve medir a curvatura da coluna em graus e identificar a sua causa. Enquanto uma curva de 25 a 30 graus é considerada significativa, uma medição superior a 45 ou 50 graus é categorizada como grave. Esse diagnóstico é feito a partir de exames como radiografia da coluna vertebral, tomografia computadorizada e ressonância magnética. A cirurgia para escoliose é indicada principalmente com base na progressão da curva, magnitude da deformidade e sintomas associados.
Para pacientes com escoliose idiopática adolescente (EIA), a cirurgia é geralmente considerada quando a curva é maior que 50° em pacientes esqueléticamente maduros, devido ao risco de progressão na idade adulta. Curvas menores, entre 40° e 45°, são tipicamente observadas, enquanto curvas entre 45° e 55° podem ser consideradas para cirurgia dependendo de outros fatores clínicos, como dor e desequilíbrio. Para crianças com escoliose progressiva antes da maturidade esquelética, curvas entre 25° e 45°podem ser tratadas com órteses, enquanto curvas maiores que 50° geralmente requerem intervenção cirúrgica. Em adultos com escoliose degenerativa, a cirurgia é indicada para deformidades maiores ou progressivas, especialmente quando há sintomas moderados a graves, como estenose espinhal ou desequilíbrio sagital.
O que a escoliose grave pode causar?
Um quadro agravado de escoliose pode levar a diversos problemas e atrapalhar a qualidade de vida do paciente. Para além de ombros desiguais, cintura assimétrica, quadris desnivelados, escápulas proeminentes e cabeça desalinhada, a escoliose pode causar também:
- Problemas respiratórios
- Constipação
- Rigidez e dor muscular
- Fadiga
- Dor nas costas (especialmente nos casos de escoliose degenerativa)
Quando a escoliose se desenvolve?
A escoliose pode se desenvolver em qualquer fase da vida de uma pessoa. No entanto, existem dois momentos em que ela tende a aparecer: durante o envelhecimento, quando há um desgaste natural de ossos, ligamentos e discos intervertebrais (escoliose degenerativa), e durante a puberdade (chamada de escoliose idiopática) - já que nessa idade há um surto de crescimento que se intensifica com a chegada da adolescência. Em pacientes mais jovens, esse é o período em que há uma progressão mais rápida da condição, mais encontrada em meninas do que em meninos.
O diagnóstico do tipo de escoliose um paciente possui, bem como qual é o tratamento adequado que ele deve seguir para cuidar da condição, só pode ser feito por um médico profissional em coluna e dor.